segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lucidez





Lucidez, qualidade de quem é lúcido.

Lúcido, quem tem uma visão clara da realidade.

Visão clara? Realidade? Visão clara da realidade?

Saber de tudo isso, apenas para saber se tenho alguma lucidez? Como saber se tenho uma visão clara da realidade, se a própria realidade é múltipla, e minha própria visão é, no mínimo, passional.

Um louco deixaria de ser considerado louco ao torna-se consciente de sua loucura?

Seria sinal de lucidez reconhecer que minha própria visão muitas vezes é manipulada pelos meus mais simples caprichos?

Como julgar minha visão? No que se basear a minha realidade? Como definir meus momentos de lucidez?

Mas acima de tudo isso; Porque me preocupar com tudo isso?

Porque se perguntar tanto?

Acredito ser uma pessoa lúcida, se não, minha realidade, tantas vezes, não me seria tão dolorosa.

Acredito que minha visão de realidade seja muito clara, mesmo tento um universo inteiro em meu peito.

Se a vida for como penso que é, se vejo o que penso ver, se o universo for o que penso que ele não é.



Alexs


Minha lua, traz-me um sonho.


Minha lua, traz-me um sonho.
Afaste de mim a verdade do dia.
Protege-me do Sol,
Protege-me da luz,
Protege-me da certeza.
Esconda-me do Sol
Que a tudo revela
E faz a tudo conhecer.
Eu não quero conhecer.
Eu não quero a certeza.
Eu não quero saber
Quero apenas acreditar.
Minha lua, traz-me um sonho.


Alexs muito antes de 2005

Fernando


Fernando
03/09/09

Personagem; Fernando

texto para banca de avaliação da Funcart (escola de teatro)

Aluno; Alexsandro



Beba o seu chá.
É eu voltei. Eu sempre imaginei que não voltaria.
Não, Não é isso. Acho que na verdade eu não queria voltar porque você falou que eu voltaria.
Embora não desta maneira, mas eu voltei.

Não pelos motivos que você deveria querer.
Então não sorria, não vim por saudades, você bem sabe disto.

Você sentiu? Mesmo? Interessante.
Porque interessante?
Acho que nunca lhe falei o que eu penso não é?

Bem eu acho isso burrice. Coisas de mentes sem um pingo de sanidade.

E você prova isso.
Saudades do que?
De mim?
Por quê?

Tudo por causa de um sorriso.

Sabe como eu vivo? Como eu vivi? De qualquer coisa e maneira que me mantivesse vivo, bem vivo.
Pelo menos com o mínimo para se ter uma vida confortável.
Mas eu confesso, muitas vezes, a maioria, pego mais do que eu preciso, alias eu simplesmente pego tudo.
E sabe por quê? Porque me dão tudo.
Eu não faço nada.
Pelo menos diretamente.
Se elas caem, é por mérito próprio.
Embora eu goste disso, e empurre-as, mas elas não estariam à beira do abismo se não quisessem sentir o perigo, o proibido.

Confesso que não saberia o que fazer se alguém me falasse um "não".
Na verdade eu sei sim, eu mudaria o rosto e o sorriso, e ela me diria sim.

Pessoas são tão fáceis, não importa quem sejam nisso todos são iguais, casadas, solteiras, avós, crianças, freiras, padres, homens e mulheres. Assim como você. É, você, a mais fácil de todas.

Se eu não te amo? É claro que eu te amo, desde meu nascimento.
Talvez por isso, seja tão insignificante.
Não faça esta cara, o seu amor é o mais superficial de todos os outros. Você me ama inconscientemente pelo fato de aprender que deveria me amar.
Como poderia amar alguém que não conhece? Por isso estou aqui, para que saiba quem eu sou.
Eu poderia dizer mil histórias para você, escolher o final que eu quiser a vida que eu quiser, e sabe de uma coisa? Todas seriam minha vida.
Não me prendo a nada se não a mim mesmo.

Sou um egoísta! Mas não burro o suficiente para não saber ou acreditar não ser.
Eu sei bem o que eu sou, e por isso, posso ser o que eu bem quiser.
Olhe para mim agora, bem diferente do que eu era com você. Hoje eu tenho vida, não vida, eu tenho tudo! E eu admito que se eu tenho tudo isso, foi graças a você. Pelo fato de ter acreditado, ter amado, ter me dado à vida que me deu.

Por isso sou grato mãe.

Mas quando eu me conheci, quando eu vi quem eu realmente era, sua vida, a do pai e de todos neste fim de mundo não me comportava mais.
E vocês se tornaram inúteis. Mas hoje eu voltei, pois novamente me são úteis, necessárias.

Eu soube do pai. E eu soube agora de você.
Então eu voltei. Por que o sorriso?
Eu voltei porque quero a fazenda. Será muito necessário para mim agora.
Porque o espanto? O que? Eu não vim aqui para esperar que você morra.
Não senhora.

Eu vim aqui apenas para lhe servir um Chá e levar minha fazenda.

Alexs